quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

SECOS E MOLHADOS 1973



Eu não sei se isso acontece com todo mundo, mas ao menos comigo, ocorre bastante. Muitas bandas que na minha adolescência eu jurava que jamais ouviria, não sei muito bem por quais motivos, hoje eu ouço exaustivamente e me pergunto: como eu posso ter ficado vinte, ou vinte e poucos anos, sem ouvir algo tão esplêndido. Pode ser amadurecimento musical.... ou qualquer outra coisa. O trabalho da banda Secos e Molhados é um exemplo perfeito para essa questão, especialmente o disco de estréia, lançado em 1973 e homônimo. O álbum apresenta uma mistura fantástica de soul, rock, música brasileira, ritmos latinos e tantas referências musicais, que na verdade é impossível definir essa obra de arte e por trás de tanta virtude está a genialidade de um músico que não recebe tanto reconhecimento do grande público,  chamado João Ricardo, que assina a maioria das músicas e é responsável por todo o projeto que viria a se tornar a banda Secos e Molhados. João Ricardo era português, filho de um poeta e de uma estilista e que na década no ano de 1964 se mudou ao Brasil e se deparou com o golpe militar no Brasil e ao mesmo tempo com o movimento musical da Jovem Guarda. As letras apresentam uma poesia muito afinada que parecem perfeitas para a voz do grande Ney Matogrosso.
Não vou destacar nenhuma música desse trabalho, toda essa preciosidade deve ser ouvida do início ao fim, para que possa ser sentida em toda sua essência.


Formação da banda no disco:

Ney Matogrosso - vocal
João Ricardo - violões de 6 e de 12 cordas, harmônica de boca e vocal
Gerson Conrad - violões de 6 e de doze cordas e vocal
Marcelo Frias - bateria e percussão
Sérgio Rosadas - flauta transversal e flauta de bambú
John Flavian - guitarra elétrica e violão de 12 cordas
Zé Rodrix - piano, ocarina, acordeão e sintetizador
Willi Verdaguer - contra-baixo elétrico
Emílio Carrera - piano

Link de acesso ao álbum completo: http://www.youtube.com/watch?v=NjXumdCxtDw


Um comentário:

  1. Essa questão das bandas que jurava não ouvir acontece comigo também. Hoje me vejo apreciando muitas músicas ou artistas que não dava muita bola quando mais nova. Acho que é um movimento natural, vamos vivendo experiências que modificam nossa forma de enxergar o mundo e a arte acompanha tal movimento, exigindo assim novidades que se encaixem com aquele que somos no momento. Ótimo texto. Gostei muito de saber sobre o João Ricardo.

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